segunda-feira, 24 de maio de 2010

DAVID MOURÃO-FERREIRA - BREVES NOTAS

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David de Jesus Mourão-Ferreira nasceu em 24 de Fevereiro de 1927 e faleceu em 16 de Junho de 1996.
Escritor e professor universitário português, natural de Lisboa.
Licenciou-se em Filologia Românica em 1951.
Foi professor do ensino técnico e do ensino liceal e, em 1957, iniciou a sua carreira de professor universitário na Faculdade de Letras de Lisboa.
Afastado desta actividade entre 1963 e 1970, por motivos políticos, foi professor catedrático convidado da mesma instituição a partir de 1990. Entretanto, mantivera nos anos 60 programas culturais de rádio e televisão.
Em 1963 foi eleito secretário-geral da Sociedade Portuguesa de Autores e, já nos anos 80, presidente da Associação Portuguesa de Escritores.
Logo após o 25 de Abril de 1974, foi director do jornal A Capital.
Secretário de Estado da Cultura em vários governos entre 1976 e 1978, foi também director-adjunto do jornal O Dia entre 1975 e 1976. Responsável pelo Serviço de Bibliotecas Itinerantes e Fixas da Fundação Calouste Gulbenkian a partir de 1981, dirigiu, desde 1984, a revista Colóquio/Letras, da mesma instituição.

Obras de poesia

1950 - A Secreta Viagem
1954 - Tempestade de Verão (Prémio Delfim Guimarães)
1958 - Os Quatro Cantos do Tempo
1962 - In Memoriam Memoriae
1962 - Infinito Pessoal ou A Arte de Amar
1966 - Do Tempo ao Coração
1967 - A Arte de Amar (reunião de obras anteriores)
1969 - Lira de Bolso
1971 - Cancioneiro de Natal (Prémio Nacional de Poesia)
1973 - Matura Idade
1974 - Sonetos do Cativo
1976 - As Lições do Fogo
1980 - Obra Poética (inclui À Guitarra e À Viola e Órfico Ofício)
1985 - Os Ramos e os Remos
1988 - Obra Poética, 1948-1988
1994 - Música de Cama (antologia erótica com um livro inédito).

Obras de ficção narrativa

1959 - Novelas de Gaivotas em Terra (Prémio Ricardo Malheiros)
1968 - Os contos de Os Amantes
1980 - As Quatro Estações (Prémio Associação Internacional dos Críticos Literários)
1986 - Um Amor Feliz (Romance que o consagrou como ficcionista valendo-lhe vários prémios)
1987 - Duas Histórias de Lisboa

Academia Brasileira de Letras

O escritor Mourão-Ferreira foi escolhido para ocupar, na categoria de Sócio Correspondente, a Cadeira número 5, que tem por Patrono Dom Francisco de Sousa. Sua eleição deu-se em 1981, sendo ali o quinto ocupante até 1996.

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terça-feira, 18 de maio de 2010

E POR VEZES... DE DAVID MOURÃO-FERREIRA

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E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes


encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro da noite não os meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos

David Mourão-Ferreira

sexta-feira, 14 de maio de 2010

PORQUE NÃO PODIA DEIXAR DE SER...

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Cheguei-me um pouco à minha janela porque o som de imensas vozes a cantar me surpreendeu. Apanhou-me desprevenida e captou a minha atenção, fazendo a minha curiosidade crescer, crescer!
Lembrei-me então que deveria ser alguma situação relacionada com a visita papal.

O Papa veio a Portugal. Chegou e encantou!
Foram uns bons milhares de pessoas que se deslocaram - apesar da crise - para ver o representante máximo da Igreja Católica.
As manifestações de carinho por parte do povo foram imensas. Adivinhava-se na multidão uma esperança renovada com esta visita.
Somos um povo... assim! Encantamos papas com a mesma  voz com que, ironicamente, defendemos a interrupção voluntária da gravidez. Os lábios que proferiam os slogans dessa campanha, são ainda os mesmos que beijam o anel de Sua Santidade e entoam canticos de adoração a Deus.
Este contrasenso tira o sentido às coisas. Torna-nos seres de personalidade moldada, ingénuos (?), descomprometidos (?), confusos, perdidos...
Mas o que importa mesmo é ver o Papa. Até pode ser que o momento toque o nosso coração, abane as nossas consciências e nos transforme.
Esse seria um grandioso milagre. A nossa transformação!

Ai! As coisas que eu consigo ver da minha janela...

terça-feira, 11 de maio de 2010

BENJAMIM FRANKLIN DISSE...

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"Se os homens são assim tão maus apesar da ajuda da religião, como seriam eles sem ela?"



                                    Benjamim Franklin

sábado, 8 de maio de 2010

VICTOR HUGO E A RELIGIÃO

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"Há pensamentos que são orações. Há momentos nos quais, seja qual for a posição do corpo, a alma está de joelhos."
                                               Victor Hugo

quinta-feira, 6 de maio de 2010

VEM AÍ O PAPA!

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Senhoras e Senhores
Meninos e Meninas
Respeitável Público

VEM AÍ O PAPA!

Talvez traga na bagagem meia dúzia de bons milagres para este país, melhor dizendo, para esta cultura cheia de snobismos, cheia de fantochadas, cheia de hipocrisia, que só um grande milagre pode salvar.
Talvez a vinda do Papa abra as consciências. Eu duvido, quero dizer, tenho a certeza que não.
Já não acredito em conversas fiadas, em boas intenções políticas...
Gostava de entender como é que um país que vota sim num referendo de legalização do aborto,  que apoia os casamentos gays - vamos lá a ver como se sai o PR com o veto - pode estar tão entusiasmado com a vinda deste emissário de Deus, que até concede tolerância de ponto aos funcionários públicos!?
E os beatos falsos a serem recebidos por SS com toda a pompa e circunstância? E depois as fotos a serem publicadas nos jornais a dar conta de como se é tão importante? E as conversas informais onde se passa a mensagem de que se esteve na presença de SS?
Que giro, VEM AÍ O PAPA!
Só podemos viver mesmo na hipocrisia.
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domingo, 2 de maio de 2010

MÃE, POR DRUMMOND DE ANDRADE

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HOJE É DIA DA MÃE - UM POUCO DE HISTÓRIA

. As mais antigas celebrações do Dia da Mãe remontam às comemorações primaveris da Grécia Antiga, em honra de Rhea, mulher de Cronos e Mãe dos Deuses. Em Roma, as festas comemorativas do Dia da Mãe eram dedicadas a Cybele, a Mãe dos Deuses romanos, e as cerimónias em sua homenagem começaram por volta de 250 anos antes do nascimento de Cristo.
Durante o século XVII, a Inglaterra celebrava no 4º Domingo de Quaresma (40 dias antes da Páscoa) um dia chamado “Domingo da Mãe”, que pretendia homenagear todas as mães inglesas. Neste período, a maior parte da classe baixa inglesa trabalhava longe de casa e vivia com os patrões. No Domingo da Mãe, os servos tinham um dia de folga e eram encorajados a regressar a casa e passar esse dia com a sua mãe.
À medida que o Cristianismo se espalhou pela Europa passou a homenagear-se a “Igreja Mãe” – a força espiritual que lhes dava vida e os protegia do mal. Ao longo dos tempos a festa da Igreja foi-se confundindo com a celebração do Domingo da Mãe. As pessoas começaram a homenagear tanto as suas mães como a Igreja.
Nos Estados Unidos, a comemoração de um dia dedicado às mães foi sugerida pela primeira vez em 1872 por Julia Ward Howe e algumas apoiantes, que se uniram contra a crueldade da guerra e lutavam, principalmente, por um dia dedicado à paz.
A maioria das fontes é unânime acerca da ideia da criação de um Dia da Mãe. A ideia partiu de Anna Jarvis, que em 1904, quando a sua mãe morreu, chamou a atenção na igreja de Grafton para um dia especialmente dedicado a todas as mães. Três anos depois, a 10 de Maio de 1907, foi celebrado o primeiro Dia da Mãe, na igreja de Grafton, reunindo praticamente família e amigos. Nessa ocasião, a sra. Jarvis enviou para a igreja 500 cravos brancos, que deviam ser usados por todos, e que simbolizavam as virtudes da maternidade. Ao longo dos anos enviou mais de 10.000 cravos para a igreja de Grafton – encarnados para as mães ainda vivas e brancos para as já desaparecidas – e que são hoje considerados mundialmente com símbolos de pureza, força e resistência das mães.
Segundo Anna Jarvis seria objectivo deste dia tomarmos novas medidas para um pensamento mais activo sobre as nossas mães. Através de palavras, presentes, actos de afecto e de todas as maneiras possíveis deveríamos proporcionar-lhe prazer e trazer felicidade ao seu coração todos os dias, mantendo sempre na lembrança o Dia da Mãe.
Face à aceitação geral, a sra. Jarvis e os seus apoiantes começaram a escrever a pessoas influentes, como ministros, homens de negócios e políticos com o intuito de estabelecer um Dia da Mãe a nível nacional, o que daria às mães o justo estatuto de suporte da família e da nação.
A campanha foi de tal forma bem sucedida que em 1911 era celebrado em praticamente todos os estados. Em 1914, o Presidente Woodrow Wilson declarou oficialmente e a nível nacional o 2º Domingo de Maio como o Dia da Mãe. 
Hoje em dia, muitos de nós celebram o Dia da Mãe com pouco conhecimento de como tudo começou. No entanto, podemos identificar-nos com o respeito, o amor e a honra demonstrados por Anna Jarvis há 96 anos atrás.
Apesar de ter passado quase um século, o amor que foi oficialmente reconhecido em 1907 é o mesmo amor que é celebrado hoje e, à nossa maneira, podemos fazer deste um dia muito especial.
E é o que fazem praticamente todos os países, apesar de cada um escolher diferentes datas ao longo do ano para homenagear aquela que nos põe no mundo.
Em Portugal, até há alguns anos atrás, o dia da mãe era comemorado a 8 de Dezembro, mas actualmente o Dia da Mãe é no 1º Domingo de Maio, em homenagem a Maria, Mãe de Cristo.

(in http://mulher.sapo.pt/XtA0/432333.html)

sábado, 1 de maio de 2010

1º DE MAIO

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" Do rio que tudo arrasta se diz que é violento, mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem".

                                                Bertold Brech