quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A ESPREITADELA DO MÊS (OUTUBRO)

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A Fé é que nos salva...
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FICA A PERGUNTA!

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Ás vezes fico com a sensação que este mundo está mesmo a ficar maluco!
De um modo geral as pessoas que andam perdidas com futilidades e idiotices. Passam ao largo daquilo que verdadeiramente é importante - amizade, respeito, família, trabalho - e usam o tempo disponivel a cogitar em dinheiro, intrigas, "fofocas", honrarias, snobismos, aparências...
Os manuais referem que todas estas características são mais do que normais no ser humano, que fazem parte da maneira de ser do homem, que a pessoa é o conjunto de relações que tece com os seus parceiros e com o meio ambiente de que faz parte.
Esta explicação é perfeitamente aceitável. Teoricamente traça da raça humana um retrato rigoroso.
Mas será que baste às pessoas viver apenas deste modo tão plástico, tão superficial?
Será que não seja preciso mais uma pitadinha de nobreza para se assumirem como seres humanos na verdadeira acepção da palavra?
Fica a pergunta, talvez sem resposta, de qualquer modo fica a pergunta!

sábado, 24 de outubro de 2009

TENHO UM LIVRO ABERTO NA MINHA JANELA

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Tenho um livro aberto na minha janela, mas com toda a certeza não é Caim, de Saramago!
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sábado, 17 de outubro de 2009

HOJE FALA... JOÃO CÉSAR DAS NEVES

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"Os portugueses deixaram de olhar para fora. Só contemplam o umbigo. Na ditadura, sonhavam com o império ou melhores dias. Depois, na era da liberdade, Portugal empolgou-se de valores abstractos. Na época do desenvolvimento assustou-se com as ameaças europeias. Até na era da facilidade se embebedou com benefícios do progresso. Agora deixou de ter impérios, ambições, desafios ou sequer desejos. Está   mergulhado na intriga, palermice, acanhamento".

                                                                   João César das Neves
Fonte: Diário de Notícias
Data: 2009/10/12
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sábado, 10 de outubro de 2009

AS CAMPANHAS DO NOSSO DESASSOSSEGO

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Com o país de cabeça tonta de tantas caravanas, voltas e revoltas e ruídos de campanha sem nexo, onde meia dúzia de chicos espertos nos tentam enganar com palavras e promessas, eis que terminou a campanha das autárquicas.
Nesta maré de eleições que fazem de nós um país a viver em plena democracia - pelo menos temos eleições - saímos mais cansados, mais fartos ainda da enorme palhaçada que anima o circo da nossa sociedade.
Só é pena que o povo não leia nas entrelinhas e ainda acredite piamente nas conversas e promessas de quem tenta resolver a sua vida.
A classe política sai cada vez mais pobre, mais sem valores, mais desacreditada. Por outro lado, nós ficamos cada vez mais desiludidos com o rumo que vemos o país tomar.

Atenção: não são todas as pessoas, todos os políticos, todas as campanhas, que caiem neste exagero e nesta falta de dignidade. Ainda há gente séria em Portugal. Gente que luta por mudar o rumo à situação com valores, com honestidade, com mérito.
Pena é que sejam tão poucos!

Basta essa meia dúzia de grupos dignos para que valha a pena rumar contra a maré.
A política tem de ser levada a sério, banida de vigaristas e mentirosos, sedentos por usufruir do poder em prol do sustento próprio, apropriando-se indevidamente do alheio, defendendo abusimente os seus interesses particulares.

Há quem diga que temos o que merecemos. Eu digo que temos aquilo que queremos, porque aceitamos todo o lixo que nos atiram embrulhado em papel de festa. E não somos capazes de reagir!

É assim que se perpetua o nosso desassossego. Chutando para trás o que nos incomoda, fingindo que não vemos o que não gostamos de presenciar. Como se fossemos estrangeiros, como se não pertencessemos ao grupo dos "humilhados e ofendidos".

Se é assim ser português...
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sábado, 3 de outubro de 2009

HOJE O PEDRO FAZ ANOS...

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Apesar de não gostar de fazer anos, hoje é dia de aniversário do meu "velhote".
Já tanto caminho percorremos, já acrescentei tantas velas ao seu bolo.
Que Deus lhe dê muitos anos de vida.
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sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O PRINCIPEZINHO

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"O principezinho encontra o rei de um minúsculo planeta. Tratava-se de um monarca absoluto, que fazia questão fechada de que suas ordens fossem obedecidas. Como não havia mais ninguém no planeta, o principezinho perguntou sobre o que o rei reinava. Ele respondeu que sobre tudo, o seu planeta, as estrelas, tudo.
Encantado com tamanho poder, o Pequeno Príncipe pediu para ver um pôr-do-sol. Ao que o rei observou:
- Se eu ordenasse a meu general voar de uma flor a outra como borboleta, ou escrever uma tragédia, ou transformar-se em gaivota, e o general não executasse a ordem recebida, quem, ele ou eu, estaria errado?
- Vós – respondeu com firmeza o principezinho.
- Exato. É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar – replicou o rei. – A autoridade repousa sobre a razão. Se ordenares a teu povo que ele se lance ao mar, farão todos revolução. Eu tenho o direito de exigir obediência porque minhas ordens são razoáveis.
- E meu pôr-do-sol? – lembrou o principezinho, que nunca esquecia a pergunta que houvesse formulado.
- Teu pôr-do-sol, tu o terás. Eu o exigirei. Mas eu esperarei, na minha ciência de governo, que as condições sejam favoráveis.
- Quando serão? – indagou o principezinho.
- Hem? – respondeu o rei, que consultou inicialmente um grosso calendário. – Será lá por volta de por volta de sete horas e quarenta, esta noite. E tu verás como sou bem obedecido."

                                                                                (A. de Saint-Exupéry, in O Principezinho)
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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

GAIOLA DOURADA

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Ontem estive um pedaço grande na minha janela.
Apeteceu-me espreitar o mundo. Deu-me uma vontade enorme de escutar o vento, de falar com os pardais, de contemplar as flores, tudo a partir da minha janela.
Sei que não procedi bem, mas espreitei para a casa da vizinha. Também tinha a janela aberta, foi fácil de ver o que se passava sem dar nas vistas.
Constatei que tem uma casa riquíssima, de interior bem cuidado, mobilada a preceito, com gosto requintado.
De noite, enquanto dormia, voltei a sonhar com a minha janela. E não senti o vento, nem os pardais, nem as flores.
Apenas vi a casa da minha vizinha.
Pulei a janela, entrei-lhe em casa de mansinho e passeei pelos corredores, apreciei tapeçarias e quadros, móveis e pratas e, sem contar, deparei-me com um cenário que se tornou num autentico pesadelo: a espreitar pelas grades entreabertas, mal podendo sentir a aragem cálida da rua, estava uma gaiola dourada com dois passarinhos atrofiados a balouçar no poleiro!
E que vontade eles tinham de dançar ao sabor do vento!
Não me controlei: estendi a mão, abri a porta de grades douradas e incitei os prisioneiros à liberdade. Primeiro tiveram medo, hesitaram, depois abriram as asas e voaram, levando consigo os fantasmas de um cativeiro degradante.
Que importa que um gato os coma se puderam planar no céu uns minutos que lhes pareceram uma eternidade?
Fugi a correr, voltei a saltar a janela para a rua e senti medo pelos pássaros. Mas se Deus lhes deu asas foi para voarem. E nem todos os gatos são bons caçadores! Sorri e acordei.

Ainda bem que tudo não passou de um sonho.
Só não sei o que estava uma pena pequenina a fazer em cima do livro aberto na minha janela...
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