quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A MESMA RUA... DA MESMA COR...

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Há muito tempo que não te conto o que vejo da minha Janela!
Dizes tu: "A rua é sempre a mesma. Já conheço toda a gente."

Mas hoje não te vou falar de toda a gente: vou-te falar das máscaras de toda a gente.
"As máscaras servem para esconder" - dizes tu.
"As máscaras servem para revelar" - digo-te eu.

É como quem vive caprichadamente no mundo virtual. Como quem deixa sair, sem saber, um oceano daquilo que, na realidade, é. Afinal, conhecemos muito bem as máscaras embora façamos o favor de as ignorar. Respeitamos a sua "timidez".

Usar máscara é sobreviver, ser incapaz de aproveitar a vida, deixá-la correr sem ter coragem ou interesse em se desvelar. Mas quando a máscara cai... aparece a consciência, a nudez, o desconforto de obrigatoriamente ser verdadeiro. E será que ainda se sabe ser verdadeiro?

Estamos afogados em convencionalismos, em atitudes politicamente correctas que apenas podem sobreviver de máscara. Deus e o diabo numa luta constante. Vês porque te digo que as máscaras podem revelar?

As flores na minha Janela continuam com o aspecto viçoso da Primavera. São gaiatas, coloridas, cegam quem passa... parece que o sol não lhes tira a cor.
As flores da minha Janela são autenticas, embora pareçam perfeitamente iguais a tantas flores plásticas que vejo noutras janelas pelo mundo fora...

São horas de ir descansar. Hoje estou pálida de cansaço mas... soube-me bem descansar na minha Janela. Apesar de não ter lido nem uma única página do meu livro!

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1 comentário:

  1. As máscaras desfiguram,escondem falsidade, hipocrisia, ausência de valores. Transformam o humano num ser amorfo, que busca um sentido para a vida, sem nunca o encontrar; transformam o humano num ser que bebe na fonte do ódio, desesperando por amor; num ser que bebe na fonte da mentira desesperando por verdade , na fonte da opressão desesperando por ser livre...

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