Fernanda disse...
Quando o recordar nos vai fazendo viver...
Recordo com saudade os mimos, as histórias ao borralho, os passeios na mata, os banhos na vala, quando a água era límpida e nos deixava ver o fundo de areia branquinha... Recordo também ternanente, que aos caprichos de menina mimada nunca sabias dizer não; satisfazias todos. Recordo a viagem de mota da Praia até à Videira e a acrobacia que os meus 6 anos fizeram para fugir à polícia cheínha de medo de seres preso; e recordo também o susto que levaste quando olhaste para trás e te apercebeste que eu tinha saltado da mota... Recordo os gelados no Copacabana, recordo os toques do telefone de manivela da Guarda Florestal e os toques da corneta a que tinhas que responder; a barca para quando havia "cheias" e os carros de vaca carregadinhos de "agulhas e rapão"... Recordo o papagaio de cana e papel colorido colado com farinha, a cana de pesca com anzol verdadeiro, que iscava com miolo de pão e que me fazia passar tardes inteirinhas sentada na borda da vala à espera que algum peixito picasse...
Recordo finalmente o dia em que partiste e fiquei sem o meu pai mais velho...Recordo tudo...mas a ti jamais esquecerei...
Terna lembrança de uma figura sempre presente
Fernanda
A tua neta mais velha
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